IMAGEM TURVA.
A PRESENÇA DE CARLOS DE OLIVEIRA NOS PROGRAMAS ESCOLARES.
Rui Mateus
Centro de Literatura Portuguesa
O furor de mudança na regulação legislativa da atividade escolar que se seguiu ao 25 de Abril levou a uma revisão drástica da linha de orientação pedagógica e ideológica dos programas, o que se refletiu numa revisão profunda do currículo em vigor desde 1954. A obra de Carlos de Oliveira foi imediatamente promovida a um lugar visível no programa do então Ensino Liceal, que as posteriores revisões se foram encarregando de elidir. Resta nos programas de hoje uma presença vestigial de Carlos de Oliveira, uma imagem turva 1 atrás da qual se esconde uma interessante travessia curricular, feita, sobretudo, de apagamentos sucessivos.
1 Título de um dos textos de O aprendiz de feiticeiro, datado de 1947.
Rui Mateus (Lisboa, 1971) é professor de Português do Ensino Básico e Secundário e professor auxiliar convidado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Nesta faculdade, doutorou-se em Literatura de Língua Portuguesa com uma tese sobre as adaptações de clássicos da literatura para jovens. É membro do Centro de Literatura Portuguesa sediado na mesma Universidade. É autor de A recepção de Camões no barroco português. O caso de Estêvão Rodrigues de Castro (IN-CM, 2011) e Literatura e ensino do Português, escrito em parceria com José Cardoso Bernardes (FFMS, 2013). Integrou a equipa responsável pela organização documental da exposição “Carlos de Oliveira. A parte submersa do iceberg” (Museu do Neo-Realismo, 2017), com curadoria de Osvaldo Silvestre.
Mais informações através do contacto 231429813 ou dcdt@cm-cantanhede.pt