“Parece”, de Ferro Santos, vai ser apresentado na Biblioteca Municipal

“Parece”, de Ferro Santos, vai ter apresentação editorial na Biblioteca Municipal de Cantanhede, no próximo dia 15 de dezembro, às 15h00. Trata-se da última obra do autor, nome literário de Fernando Santos, médico escritor e ensaísta com vasta obra publicada, que oferece o resultado da venda de “Parece” à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede.

A apresentação do livro estará a cargo de Maria Teresa Paixão, bibliotecária da Biblioteca Municipal de Cantanhede.

Sobre o Dr. Fernando Santos, médico e escritor

Ferro Santos é o pseudónimo do Dr. Fernando Santos, médico nascido na pequena cidade brasileira de Pinheiro, no Estado do Maranhão, onde o pai, oriundo de Covões, era responsável por uma das herdades de um tio, abastado proprietário que fizera grande fortuna no Brasil.

Quando um médico diagnosticou ao pequeno Fernando uma doença que no seu parecer exigia a urgente mudança de clima, a mãe, também natural de Covões, não resistiu à perspetiva de perder um segundo filho e recusou-se terminantemente a permanecer no Brasil. Ao que parece, tratava-se apenas de uma vulgar gastroentrite, mas foi esse incidente que esteve na origem da vinda da família para Coimbra. Passados alguns anos, mudar-se-ia para Cantanhede, pelo mesmo motivo. Outro médico, face a uma recaída da criança, recomendou nova mudança de ares e o instinto maternal acabou por se impor mais uma vez.

Depois de ter estudado no Colégio Infante de Sagres, em Cantanhede, o Dr. Fernando Santos voltou a Coimbra para concluir os estudos secundários no Liceu D. João III, após o que entrou na Faculdade de Medicina, onde se licenciou em medicina e cirurgia em 1953.

Com mais de 50 anos de exercício de atividade médica quase exclusivamente no Concelho de Cantanhede – esteve fora apenas dois anos e meio como médico militar –, foi diretor clínico do Hospital de Cantanhede, vereador da Câmara Municipal e fundou em Febres a Sociedade de S. Vicente de Paulo, tendo-se destacado ainda por uma intervenção cívica e cultural particularmente ativa.

Escritor talentoso e observador atento da vida e das relações que marcam o quotidiano dos homens, tem editado com bastante regularidade, oferecendo normalmente o resultado da venda dos seus livros a causas que também são suas, como é o caso da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede.

 

Os lançamentos editoriais que a Biblioteca Municipal de Cantanhede está a promover inserem-se num vasto conjunto de iniciativas que assinalam os 20 anos de atividade deste equipamento cultural. Depois da apresentação de Setembro Vermelho, de Cândido Ferreira, em 23 de setembro, do “Encontro com… Alice Vieira”, em 26 de outubro, e da sessão dedicada à poesia de Susana Campos, a partir da leitura de “Nos Teus Olhos”, as ações de promoção do livro e da leitura têm prosseguido com várias iniciativas idênticas.

Em 24 de novembro foi apresentado “Os Meus Editoriais Davam um Livro”, edição dos textos assinados por António Fresco enquanto diretor do jornal “Auri Negra”, função que desempenhou a título gracioso durante 10 anos, continuando agora como colaborador a publicar crónicas de reflexão sobre temas marcantes do quotidiano das comunidades.

Entretanto, em 9 de novembro, realizou-se a apresentação de “Doidivino”, de Ângelo Alves, uma coletânea de poesia intimista que, segundo o autor, traduz «uma visão particular/subjetiva da realidade, do mundo exterior, em que as diversas e claras influências conduzem à voz impar deste jovem autor».

A obra foi apresentada pelo Prof. Doutor Carlos Fiolhais, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra que publica regularmente ensaios e reflexões sobre ciência e sociedade, entre outros temas. «Uma miríade de vozes converge para a criação da voz bem própria (…), este "Doidivino" é uma obra a ler e Ângelo Alves um nome a reter no panorama da poesia atual em Língua Portuguesa» refere uma nota incluída no livro, editado pela Temas Originais.

Também com o apoio do Município de Cantanhede, Largo da Capella, a mais recente obra de António Canteiro, foi apresentada ao público em 3 de novembro, na Igreja de São Caetano, no âmbito das Comemorações do 100.º Aniversário da Paróquia de São Caetano.

Para a Câmara Municipal de Cantanhede estas iniciativas demonstram a vitalidade do concelho no que se refere à produção literária, experiência que os autores se disponibilizam a partilhar com os leitores, contando para isso com a colaboração das suas editoras e sempre com o apoio do Município de Cantanhede. Esse apoio à difusão da produção literária dos autores locais é aliás um dos objetivos que a autarquia persegue neste campo, competindo-lhe, a esse nível, “dinamizar atividades/iniciativas (…) tendentes à divulgação de escritores contemporâneos do concelho de Cantanhede”, através de iniciativas tendentes a alargar o universo dos seus leitores.