“Colagens” de Paulo Frade podem ser apreciadas na Casa Municipal da Cultura de Cantanhede até ao próximo dia 5 de abril. O título da exposição resume-se à referência da técnica utilizada com recurso à conjugação de pinturas com tecidos e outros materiais, em composições que têm tanto de complexas como de sugestivas. A inauguração foi em 23 de fevereiro, com a presença de dezenas de convidados, entre os quais diversos agentes culturais da região. Entretanto, o do artista plástico realizou, em 26 de fevereiro, uma visita guiada à exposição com o vereador da Cultura, Pedro Cardoso, e os alunos do 10º ano do Curso Técnico Profissional de Animação Sócio Cultural da Escola Técnico Profissional de Cantanhede, a quem explicou alguns aspetos particulares das obras expostas e do seu trabalho artístico. Paulo Frade é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra e em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), além de doutorado em Desenho pela Faculdade de Arquitetura também da Universidade do Porto (FAUP). Atualmente é professor do curso de Design da Universidade de Aveiro, depois de ter lecionado FBAUP e FAUP e na Cooperativa Árvore. Do ponto de vista artístico, participou em diversas exposições individuais e coletivas, estando representado em várias coleções, entre as quais a do Museu de Vila Nova de Cerveira, em cuja Bienal tem marcado presença regular. Tem também obra publicada sobre arquitetura e desenho, história local e um livro de contos. Personalidade multifacetada, com interesses repartidos por várias áreas da cultura e do saber, Paulo Frade tem colaborado regularmente em jornais e revistas e está representado na Antologia dos Escritores da Gândara. No catálogo editado a propósito de “Colagens”, Nuno Camarneiro, escritor que venceu o Prémio LEYA/2012, refere-se a «lugares diferentes que se entendem a um mesmo tempo, num mesmo olhar, numa vida que andou por eles e aqui os une. Passarelas e arraias do Minho, touradas, óperas e funerais – rendas, bordados, lantejoulas, sedas, serapilheira e estampados floridos». Na abertura, o autor de “Debaixo de Algum Céu” escreve ainda que se imaginam «dedos e a memória a percorrer texturas, assim despindo e vestindo, dedos tesoura e linha, dedos ideias soltas, mãos que benzem e arranham o que tocam». Numa leitura mais conceptual da exposição, um texto de Paulo Frade faz o enquadramento da sua obra afirmando que «em arte, a invenção precede muitas vezes a intenção. A criação é antes de tudo uma surpresa que o artista reserva para si próprio, assim se enredando no vício das longas permanências no ateliê». Sobre a técnica utilizada em “colagens” o artista plástico lembra que «a colagem foi sempre veículo de revolta e denúncia política e social», a começar no «dadaísmo, pelo recurso a detritos, lixo e materiais degradados se fazia eco dos espoliados e explorados» e prosseguindo depois em outros movimentos estéticos. Sobre o seu trabalho diz que a pesquisa «começou apenas com papéis e rapidamente se alargou em recurso a tecidos da moda e brocados da liturgia, apontando uma vertente para o efémero, e a outra para a eternidade», pondo «no mesmo caldo a polaridade de duas mesmíssimas manifestações da angústia do homem perante a realidade do poder e a inevitabilidade da morte».
“Colagens” de Paulo Frade podem ser apreciadas na Casa Municipal da Cultura de Cantanhede até ao próximo dia 5 de abril. O título da exposição resume-se à referência da técnica utilizada com recurso à conjugação de pinturas com tecidos e outros materiais, em composições que têm tanto de complexas como de sugestivas.
A inauguração foi em 23 de fevereiro, com a presença de dezenas de convidados, entre os quais diversos agentes culturais da região. Entretanto, o do artista plástico realizou, em 26 de fevereiro, uma visita guiada à exposição com o vereador da Cultura, Pedro Cardoso, e os alunos do 10º ano do Curso Técnico Profissional de Animação Sócio Cultural da Escola Técnico Profissional de Cantanhede, a quem explicou alguns aspetos particulares das obras expostas e do seu trabalho artístico.
Paulo Frade é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra e em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), além de doutorado em Desenho pela Faculdade de Arquitetura também da Universidade do Porto (FAUP). Atualmente é professor do curso de Design da Universidade de Aveiro, depois de ter lecionado FBAUP e FAUP e na Cooperativa Árvore. Do ponto de vista artístico, participou em diversas exposições individuais e coletivas, estando representado em várias coleções, entre as quais a do Museu de Vila Nova de Cerveira, em cuja Bienal tem marcado presença regular.
Tem também obra publicada sobre arquitetura e desenho, história local e um livro de contos. Personalidade multifacetada, com interesses repartidos por várias áreas da cultura e do saber, Paulo Frade tem colaborado regularmente em jornais e revistas e está representado na Antologia dos Escritores da Gândara.
No catálogo editado a propósito de “Colagens”, Nuno Camarneiro, escritor que venceu o Prémio LEYA/2012, refere-se a «lugares diferentes que se entendem a um mesmo tempo, num mesmo olhar, numa vida que andou por eles e aqui os une. Passarelas e arraias do Minho, touradas, óperas e funerais – rendas, bordados, lantejoulas, sedas, serapilheira e estampados floridos». Na abertura, o autor de “Debaixo de Algum Céu” escreve ainda que se imaginam «dedos e a memória a percorrer texturas, assim despindo e vestindo, dedos tesoura e linha, dedos ideias soltas, mãos que benzem e arranham o que tocam».
Numa leitura mais conceptual da exposição, um texto de Paulo Frade faz o enquadramento da sua obra afirmando que «em arte, a invenção precede muitas vezes a intenção. A criação é antes de tudo uma surpresa que o artista reserva para si próprio, assim se enredando no vício das longas permanências no ateliê».
Sobre a técnica utilizada em “colagens” o artista plástico lembra que «a colagem foi sempre veículo de revolta e denúncia política e social», a começar no «dadaísmo, pelo recurso a detritos, lixo e materiais degradados se fazia eco dos espoliados e explorados» e prosseguindo depois em outros movimentos estéticos. Sobre o seu trabalho diz que a pesquisa «começou apenas com papéis e rapidamente se alargou em recurso a tecidos da moda e brocados da liturgia, apontando uma vertente para o efémero, e a outra para a eternidade», pondo «no mesmo caldo a polaridade de duas mesmíssimas manifestações da angústia do homem perante a realidade do poder e a inevitabilidade da morte».