A partir de hoje, 18 de março, os utentes da Unidade de Saúde Familiar de Febres (USF “As Gandras”) passam a ter atendimento na Casa Carlos de Oliveira, em virtude de estar agendado para dentro de dias o início da empreitada de requalificação da USF “As Gandras”. Trata-se de uma obra que o Município de Cantanhede adjudicou por 260.941 euros, no âmbito de um protocolo celebrado com a Administração Regional de Saúde do Centro, estando ainda contemplada a aquisição, por parte da autarquia, de equipamento, mobiliário e material médico no valor de cerca de 65.000 euros.

O auto de consignação da empreitada foi assinado ontem, 17 de março, pelo presidente da Câmara Municipal, João Moura, numa sessão que decorreu no edifício dos Paços do Concelho, com a presença do presidente da Junta de Febres, Carlos Alves, a coordenadora da USF “As Gandras”, Andrea Torcato, a diretora do Departamento de Obras da autarquia, Anabela Lourenço, e o responsável da empresa adjudicatária.

Segundo o líder do executivo camarário «a importância de uma obra que irá reverter numa significativa melhoria das condições em que é prestada assistência médica à população de uma vasta zona do concelho». Para João Moura este é mais «um exemplo bem elucidativo do empenhamento com que o município tem procurado materializar o seu compromisso de contribuir para a valorização dos serviços de saúde, como de resto tem acontecido em várias outras situações. Apesar de ser uma área em que a autarquia não tem responsabilidades diretas, a verdade é que temos estado sempre disponíveis para cooperar, incluindo a realização de investimentos, como no caso vertente, além de que nunca deixamos de batalhar junto das entidades competentes para que que assegurem o funcionamento dos serviços de saúde em condições de excelência».

João Moura explica que, «no caso concreto da Unidade de Saúde Familiar de Febres, o processo acabou por se arrastar um pouco, devido a várias vicissitudes a que a Câmara Municipal é completamente alheia, mas agora que tudo está ultrapassado resta-nos congratularmo-nos por haver condições para avançar com as obras, para benefício da população da Freguesia de Febres».

João Moura enalteceu também «a abertura e a colaboração da Casa do Povo, nomeadamente na cedência das instalações da USF, através de um protocolo com a Administração Regional de Saúde e a Câmara Municipal. Sem essa abertura, a empreitada que a partir de hoje vai ser realizada não seria possível, pelo que é de inteira justiça manifestar à da direção da Casa do Povo um voto de reconhecimento por terem percebido o interesse público e os benefícios de uma obra que contribui para a elevação dos padrões de qualidade de vida dos habitantes desta zona do concelho num campo vital como é do da saúde».

Finalmente, o autarca elogiou ainda a Junta de Freguesia de Febres, «na pessoa do seu presidente, Carlos Alves, pelo papel que desempenhou em todo o processo e também pela forma empenhada como apoiou a transferência dos serviços da USF para as instalações provisórias na Casa Carlos de Oliveira».

De acordo com a memória descritiva, a remodelação/ampliação da Unidade de Saúde Familiar das Gândaras em Febres visa a reformulação total do edifício, de acordo com o que é recomendado para este tipo de instalações. Com a solução proposta pretende-se criar uma boa harmonia entre a remodelação e o existente através de uma intervenção de fundo que contempla obras de adaptação, nomeadamente a demolição de alvenarias e a execução de outras, a substituição de coberturas, a aplicação de novos rebocos, pinturas, pavimentos e revestimentos, bem como a substituição de portas e janelas interiores e exteriores.

Enquanto decorre a empreitada os serviços da USF “As Gandras” funcionará na Casa Carlos de Oliveira, imóvel que foi recentemente objeto de obras de reabilitação e requalificação, tendo em vista a criação de um centro de estudos dedicado à vida e obra do proeminente escritor. Para já, a concretização deste projeto cultural fica a aguardar que terminem as obras nas instalações anteriormente pertencentes à Casa do Povo de Febres”, uma vez que a Câmara Municipal, enquanto entidade promotora, e a Junta de Freguesia de Febres entenderam que a casa onde o autor de “Uma abelha na chuva” viveu alguns anos da sua infância dispõe de excelentes condições para funcionamento dos serviços de saúde.

Por outro lado, a decisão levou em linha de conta o facto de estar ainda a ser aprofundada a conceção das valências do Centro de Estudos Carlos de Oliveira, bem como a sua filosofia de funcionamento, ao mesmo tempo de que está a ser reunido o acervo material que dará corpo a este equipamento cultural.