João Moura enfatizou centenário do Feriado Municipal e 500 anos das Cartas de Foral

O centenário do Feriado Municipal e os 500 anos da outorga da Cartas de Foral a Cantanhede, Ançã e Cadima mereceram referência destacada do presidente da Câmara Municipal na sessão solene comemorativa que decorreu no salão nobre dos Paços do Concelho, em 25 de julho, sob presidência do secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro.

Na sua intervenção, João Moura começou por dizer que «o Município de Cantanhede é muito mais do que uma circunscrição administrativa, é uma comunidade com uma identidade muito forte e um vigoroso sentimento coletivo em torno de causas comuns».

Para o autarca, «o Feriado Municipal torna incontornável a invocação do valor das raízes e do legado patrimonial do concelho, tanto mais que em 25 de julho de 2014 se completam precisamente 100 anos desde a primeira comemoração da efeméride nessa data». Ela começou por ser celebrada em 24 de julho, tendo também como referência o primeiro comício republicano em Cantanhede, em 1910, conforme consta da ata camarária de 3 de maio de 1911, mas passados três anos, em 3 de junho de 1914, a Comissão Executiva da Câmara Municipal de Cantanhede, alterou a sua data para 25 de Julho”, dia das tradicionais festas de S. Tiago em Cantanhede, uma vez que assim se “preenche plenamente o fim desejado” no Decreto de 12 de Outubro de 1910, segundo o qual “o feriado do concelho deverá recair sobre os dias em que se realizar a festa mais característica e tradicional do mesmo concelho”.

João Moura enfatizou o registo histórico, assinalando o facto de estar, «cem anos depois, a dar sequência a uma tradição que vale essencialmente por aquilo que representa para todos os munícipes, sendo certo que aí também se inclui o facto de, desde 1992, se comemorar nesta data a elevação de Cantanhede a cidade, processo inteiramente conduzido pelo saudoso Dr. Albano Pais de Sousa, cuja memória nunca é demais recordar».  

Outro acontecimento a que o líder do executivo camarário atribuiu grande importância foi aos 500 anos da outorga das cartas de foral a Cantanhede, Ançã e Cadima, respetivamente em 20 de maio, 28 de Junho e 23 de agosto. No seu entender, «os designados forais manuelinos, concedidos por D. ManueI no decurso da grande reforma empreendida pelo monarca, são um precioso testemunho sobre três comunidades que hoje ostentam uma forte identidade».

João Moura adiantou que os Cantanhede e Ançã foram já editados pela Câmara Municipal em versões fac-similadas, comentadas e traduzidas, enquanto o de Cadima tem a apresentação da sua edição agendada para as comemorações dos 500 anos da efeméride, em agosto.

Segundo o autarca, «é perante o indiscutível valor histórico e patrimonial deste legado que o Município de Cantanhede, em parceria com a União das Freguesias de Cantanhede e Pocariça, a Freguesia de Ançã e a Freguesia de Cadima, se propõe assinalar 500 anos da outorga de Carta de Foral aos povoados que estiveram na sua origem, promovendo para o efeito várias ações que envolvem a participação ativa das entidades associativas locais».