O Vice-presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Pedro Cardoso, recebeu os promotores da vigília realizada ontem, 9 de março, na Praça Marquês de Marialva, em defesa de uma educação de qualidade para apresentarem um Manifesto onde explanam as razões das suas reivindicações. Constituído por professores, técnicos superiores de educação, assistentes operacionais, pais, encarregados de educação e alunos, o grupo de manifestantes entregou ao responsável do pelouro da Educação na autarquia cantanhedense cópia do manifesto em que solicitam ao Município para os “apoiarem neste anseio de dignificação e valorização que vai muito além de uma visão corporativista” e onde é vivamente criticada a indiferença do Ministério de Educação perante as reiteradas reivindicações dos profissionais do setor relativamente à dignificação das carreiras e à necessidade de se aumentar o investimento na valorização da Escola Pública.O documento refere que pretendem que a sua valorização seja traduzida em medidas concretas que respondam ao que têm vindo a defender junto da Tutela.O porta-voz dos intervenientes da vigília foi Miguel Cruz, que na reunião com Pedro Cardoso esteve acompanhado por outros representantes do grupo promotor da iniciativa, entre os quais Mariana Morgado, presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária de Cantanhede, que deu conta das preocupações dos alunos relativamente ao estado de degradação a que chegaram as instalações, as quais, infelizmente, nunca tiveram o investimento devido da parte do Ministério da Educação, que tinha essa competência na qualidade de proprietário do estabelecimento de ensino.Criticando também “o total abandono a que a tutela votou a Escola Secundária de Cantanhede”, o autarca explicou que, “entretanto, na sequência do processo de transferência de Competências da Administração Central para a autarquia, esta já preparou tudo para avançar com as obras de requalificação. Ou seja, a Câmara Municipal vai resolver um problema que o Governo deixou arrastar durante anos, demasiados anos, tal como está a resolver a reabilitação da EB 2,3 Marquês de Marialva, que já vai na segunda fase numa altura em que estão a desenvolvidos projetos para as EB 2,3 de Febres e Tocha”, apesar de serem escolas que não pertencem ao Município, disse o vice-presidente da autarquia cantanhedense.Sobre a vigília, o edil elogiou a forma elevada com que foi feita a manifestação e reiterou “a solidariedade com esta luta dos professores, legítima e que se justifica”.O autarca sublinhou que “o que está em causa é demasiado importante, pois estamos a falar da valorização e dignificação da carreira docente, do respeito pelos professores, reconhecimento social e profissional. Garantir melhores condições para o exercício da profissão. O que é tanto mais importante quanto sabemos que os professores são um elemento chave no processo de ensino-aprendizagem e na construção de uma escola de exigência e qualidade, que funcione como verdadeiro elevador social. Isto é do interesse de todos, das famílias dos alunos, da sociedade”.Partilhou com os representantes da manifestação que “Apostar na Educação é investir no futuro. A Educação tem de ser sempre uma prioridade. E só com uma educação de qualidade é possível pensar o futuro e o desenvolvimento. Consideramos por isso que este processo não se pode arrastar mais tempo. Preocupa-nos esta incapacidade do Ministro da Educação de concluir um processo negocial que está a prejudicar ainda mais a Escola e a Educação. Os docentes não merecem isto”.O autarca comprometeu-se em fazer presente ao Ministro da Educação e às instâncias educativas esta Manifesto e as reivindicações apresentadas.