Um dia depois do Município de Cantanhede ter sido distinguido pela Comissão Europeia e pela organização Europa Nostra, pelo projeto que dá a conhecer práticas exemplares de salvaguarda da Arte-Xávega, cerca de 300 alunos do Agrupamento de Escolas Gândara-Mar, da Tocha, participaram numa atividade relacionada com esta técnica de pesca tradicional, praticada há séculos na Praia da Tocha.

Manhã cedo, o barco entrou no mar, para lançar as redes. Os alunos já tinham, entretanto, pisado a areia, envergando uma t-shirt alusiva à atividade e com o natural entusiasmo que lhes é característico. A animação subiu de tom à medida que as redes começaram a ser puxadas pela força das próprias mãos. E assim que se avistaram os peixes a saltar nas redes, foi uma alegria. Para muitos terá sido mesmo a primeira vez que viram os peixes ainda vivos a sair do mar. 

Escolhido o peixe que seguiria para venda, os alunos participaram na distribuição dos quinhões pelo arrais.

“Há coincidências felizes e esta é uma delas. Não apenas celebramos o prestigiado prémio europeu atribuído ao Município de Cantanhede, como testemunhamos a preocupação em transmitir esta prática secular de pesca às gerações mais novas”, destacou o vice-presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Pedro Cardoso.

Para João Gomes, diretor do Agrupamento de Escolas Gândara-Mar, esta atividade de final de ano letivo cumpriu os pressupostos. “Por um lado, permitiu trazer para as novas gerações uma atividade praticada pelos seus antepassados, e por outro reforçar a ligação da escola à comunidade”, justificou, garantindo que o esforço coletivo também “promoveu o espírito de equipa”.