Helena Teodósio pede à tutela reforço do apoio aos bombeiros

A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede deixou um apelo ao Governo para que reforce o apoio às entidades que estão na linha da frente do combate aos incêndios, nomeadamente ao nível do financiamento de equipamentos.

“Há ainda bastante a fazer no campo da cooperação institucional e sobretudo ao nível do financiamento de equipamentos para as entidades que estão na linha da frente do combate aos incêndios, o que não pode deixar de passar também pelo reforço dos instrumentos de prevenção”, alertou.

Ao intervir na sessão de apresentação do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) para a Região Centro, que decorreu esta segunda-feira, 3 de julho, nas instalações da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, e na qual marcou presença o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, a autarca deu conta que a transferência de competências da Administração Central para os Municípios, também na área da Proteção Civil, não tem sido acompanhada das “contrapartidas financeiras expetáveis e devidas, o que obviamente levanta sérias dificuldades às autarquias”.

Na sua intervenção, Helena Teodósio deu conta do trabalho que tem vindo a ser feito no âmbito do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, que passa pela aposta na redução dos fatores que favorecem a ocorrência e a propagação dos incêndios rurais e na eficiente gestão florestal na área geográfica do concelho.

Já o ministro da Administração Interna referiu que este ano “existem mais meios humanos e materiais, mas por mais meios que se tenham, em circunstâncias extremas, confrontados com os denominados incêndios extremos, os meios serão sempre escassos para os enfrentar”.

José Luís Carneiro considerou a profissionalização dos bombeiros “uma das prioridades” definidas pela tutela, através da criação das Equipas de Intervenção Permanente, “que são hoje 720, cerca de 4.000 bombeiros, quando em 2015 eram 160 equipas”.

O DECIR da Região Centro conta nesta fase mais crítica, que começou no sábado e que vai até 30 de setembro, com 3.803 operacionais apoiados por 878 veículos e 29 meios aéreos.

Os meios envolvidos vão ter o apoio de seis bases logísticas, uma em cada comunidade intermunicipal da região, com capacidade de alojamento para mais de 350 operacionais.

Na apresentação do dispositivo, o comandante regional Francisco Peraboa salientou que nos primeiros seis meses do ano o uso de queimadas de sobrantes foi a principal causa de incêndio rural na Região Centro (25,5%), seguido do incendiarismo (21,3%) e uso do fogo em amontoados florestais ((20,2%).