Mais de duas centenas de pessoas assistiram ao espetáculo “A Viagem”, da coreógrafa e performer Filipa Francisco, apresentado no Pavilhão Multiusos de Febres, no passado domingo, 17 de março. Em palco estiveram danças tradicionais do Grupo Típico de Ançã em coreografias que integram algumas tendências da dança contemporânea e que são corolário de um trabalho de pesquisa, desconstrução e construção que tem vindo a ser desenvolvido durante vários ensaios realizados para o efeito. O projeto faz parte de um programa de dinamização cultural em rede proposto pela Comunidade Intermunicipal - Região de Coimbra, o qual contempla espetáculos em vários concelhos, todos diferentes e cada um deles concebido com base no folclore de um grupo local.Em representação do Município de Cantanhede na iniciativa esteve Pedro Cardoso, vice-presidente, que se faz acompanhar pelo vereador, Adérito Machado.Segundo a coreógrafa, as danças tradicionais “detêm relevante e inquestionável importância no que toca à cultura dos povos, pela riqueza que encerram no domínio dos costumes e tradições transmitidos de geração em geração, por via das canções, movimentos e trajares”. E “é confrontando esta herança viva com percursos na música e na dança contemporânea que procura aprofundar a sua reflexão em torno da função social e política da arte, deslocando mais uma vez o seu trabalho artístico para espaços e linguagens que aumentam as possibilidades de encontro com o público”.Sobre Filipa FranciscoFilipa Francisco estudou na Escola Superior de Dança, na Companhia de Dança Trisha Brown, no Lee Strasberg Institute, em Nova Iorque, e com o dramaturgo André Lepecki. Trabalhou com os coreógrafos e encenadores Francisco Camacho, Vera Mantero, Silvia Real, Madalena Vitorino, Rui Nunes, Aldara Bizarro, entre outros. Dos seus trabalhos destaca LEITURA DE LISTAS em colaboração com André Lepecki, DUETO em cocriação com a Idoia Zabaleta, PARA ONDE VAMOS? – projeto integrado nas Comemorações do Centenário da República – e VENTO & PÁSSAROS para o público juvenil. Desenvolveu um trabalho de formação e criação com reclusos do Estabelecimento Prisional de Castelo Branco (Projeto REXISTIR). Em 2007/2008 foi coordenadora de NU KRE BAI BU ONDA – um projeto de formação em dança e criação no bairro da Cova da Moura – do qual resultou a criação ÍMAN.