A “Antologia de Ficcionistas Gandareses” organizada por Idalécio Cação e Víctor Fernandes teve apresentação editorial na Biblioteca Municipal de Cantanhede no dia 4 de maio. Além dos coordenadores desta edição da Gradiva Editores, com o apoio das câmaras municipais de Cantanhede, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Mira e Vagos, a sessão registou a presença do vereador da Cultura da autarquia cantanhedense, Pedro Cardoso, e alguns dos autores que integram a seleção de escritores da região. Segundo os responsáveis, «nesta antologia figuram apenas os ficcionistas vivos e com obra já publicada em livro, nascidos num espaço em que convergem uma identidade de princípios, desde a constituição arenosa do solo aos costumes e tradições, ao traje e à expressão linguística e à produção agrícola. Todas estas características, entre outras, conferem à Gândara uma geografia perfeitamente única e singular, se não mesmo inconfundível em toda a Beira Litoral». No enquadramento do livro adiantam que, «começando do sul para o norte, no concelho da Figueira da Foz», consideram «gandaresas grande parte das freguesias de Alhadas e de Quiaios, alguns retalhos da freguesia de Santana, e a totalidade das freguesias do Bom Sucesso, de Ferreira-a-Nova e de Moinhos da Gândara. No concelho de Montemor-o-Velho, parcialmente embora, está representado pelas freguesias de Arazede na sua quase totalidade, Liceia e Seixo de Gatões. No que se refere ao concelho de Cantanhede, a maioria do seu território faz parte da Gândara, através das freguesias de Cadima, Corticeiro de Cima, Covões, Febres, Sanguinheira, São Caetano, Tocha e Vilamar. No concelho de Mira, o único que está inserido totalmente na sub-região gandaresa, com as freguesias dos Carapelhos, Mira, Praia de Mira e Seixo de Mira. E Concelho de Vagos, representado com parte das freguesias de Calvão e de Fonte de Angeão». Idalécio Cação e Víctor Fernandes referem que «a Gândara surge pela primeira vez na literatura portuguesa pela mão do poeta e romancista Carlos de Oliveira (1921-1981). Escritor neo-realista, com uma ligação umbilical à região que o cerca, é nela que vai encontrar a envolvência e a temática que irão servir de ponto de partida para toda a sua produção literária. O “ambiente quase lunar habitado por homens” que tão bem conhecia, em que à pobreza e ignorância endémicas se junta o abandono, o marasmo cultural e as injustiças sociais, representa naturalmente para o autor o cenário conforme aos cânones da estética neo-realista que dava então os primeiros passos e a que com entusiasmo aderira». E consideram que «a descoberta e a divulgação de toda esta realidade, até então praticamente desconhecida, aliadas à “riqueza do seu trabalho de linguagem”, fazem hoje de Carlos de Oliveira o responsável pelo aparecimento, a partir dos anos sessenta do século passado, de um grande número de escritores que, tendo igualmente a Gândara como pano de fundo, nela (sobre ela) vão desenvolvendo a sua actividade criativa».
A “Antologia de Ficcionistas Gandareses” organizada por Idalécio Cação e Víctor Fernandes teve apresentação editorial na Biblioteca Municipal de Cantanhede no dia 4 de maio. Além dos coordenadores desta edição da Gradiva Editores, com o apoio das câmaras municipais de Cantanhede, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Mira e Vagos, a sessão registou a presença do vereador da Cultura da autarquia cantanhedense, Pedro Cardoso, e alguns dos autores que integram a seleção de escritores da região.
Segundo os responsáveis, «nesta antologia figuram apenas os ficcionistas vivos e com obra já publicada em livro, nascidos num espaço em que convergem uma identidade de princípios, desde a constituição arenosa do solo aos costumes e tradições, ao traje e à expressão linguística e à produção agrícola. Todas estas características, entre outras, conferem à Gândara uma geografia perfeitamente única e singular, se não mesmo inconfundível em toda a Beira Litoral».
No enquadramento do livro adiantam que, «começando do sul para o norte, no concelho da Figueira da Foz», consideram «gandaresas grande parte das freguesias de Alhadas e de Quiaios, alguns retalhos da freguesia de Santana, e a totalidade das freguesias do Bom Sucesso, de Ferreira-a-Nova e de Moinhos da Gândara. No concelho de Montemor-o-Velho, parcialmente embora, está representado pelas freguesias de Arazede na sua quase totalidade, Liceia e Seixo de Gatões. No que se refere ao concelho de Cantanhede, a maioria do seu território faz parte da Gândara, através das freguesias de Cadima, Corticeiro de Cima, Covões, Febres, Sanguinheira, São Caetano, Tocha e Vilamar. No concelho de Mira, o único que está inserido totalmente na sub-região gandaresa, com as freguesias dos Carapelhos, Mira, Praia de Mira e Seixo de Mira. E Concelho de Vagos, representado com parte das freguesias de Calvão e de Fonte de Angeão».
Idalécio Cação e Víctor Fernandes referem que «a Gândara surge pela primeira vez na literatura portuguesa pela mão do poeta e romancista Carlos de Oliveira (1921-1981). Escritor neo-realista, com uma ligação umbilical à região que o cerca, é nela que vai encontrar a envolvência e a temática que irão servir de ponto de partida para toda a sua produção literária. O “ambiente quase lunar habitado por homens” que tão bem conhecia, em que à pobreza e ignorância endémicas se junta o abandono, o marasmo cultural e as injustiças sociais, representa naturalmente para o autor o cenário conforme aos cânones da estética neo-realista que dava então os primeiros passos e a que com entusiasmo aderira».
E consideram que «a descoberta e a divulgação de toda esta realidade, até então praticamente desconhecida, aliadas à “riqueza do seu trabalho de linguagem”, fazem hoje de Carlos de Oliveira o responsável pelo aparecimento, a partir dos anos sessenta do século passado, de um grande número de escritores que, tendo igualmente a Gândara como pano de fundo, nela (sobre ela) vão desenvolvendo a sua actividade criativa».