O secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, diz que Cantanhede é um “exemplo para o país” no que toca à gestão, valorização e transformação da floresta, enfatizando o trabalho de proximidade que a autarquia promove com os agentes da fileira florestal.De visita ao concelho esta quarta-feira, 6 de agosto, para participar no seminário do Dia da Floresta e visitar a Expofacic, Rui Ladeira reiterou que “Cantanhede está na primeira linha no trabalho de transformação da floresta, pelo envolvimento que agrega”.“Ter um dia dedicado à Floresta demonstra a dinâmica que o Município tem. É um trabalho contínuo de transformação e valorização da floresta e esta minha presença permite ouvir as preocupações e contributos, mas também dar a conhecer, aos players do setor e às autarquias, qual a estratégia do Governo neste domínio”, referiu.Antes da visita ao certame, o secretário de Estado esteve no seminário “Juntos, fazemos [a] floresta”, no qual a presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, deu conta da necessidade de se eliminarem “as debilidades estruturais” que ainda existem na gestão e valorização da floresta.“Creio que é mais ou menos consensual que o modelo de exploração da nossa floresta tem de evoluir, pois ainda que se tenham vindo a registar algumas melhorias, elas não são de molde a alimentar a perspetiva de rentabilização de todo o potencial desse recurso renovável gerador de riqueza”, observou.De acordo com a autarca, a predominância do minifúndio inviabiliza a obtenção de economias de escala, o que, conduzindo a uma deficiente eficiência na exploração dos recursos, “se traduz em rendimento mais baixo do que aquele que potencialmente se poderia esperar”.O problema do rendimento dos pequenos proprietários que querem manter as suas explorações foi uma das preocupações mais vincadas pela presidente da autarquia na sua intervenção, mas também não esqueceu a excessiva burocracia no registo de propriedades. Por isso, lançou o repto ao Governo no sentido de serem implementadas “estratégias integradas e adaptadas aos territórios e uma atitude proativa face aos desafios que comporta”.A terminar, Helena Teodósio deu conta que “a floresta preocupa todo o ano, e na Câmara Municipal há de facto uma atenção especial para mitigar as ameaças a que ela está sujeita, passando naturalmente pelo aproveitamento de todas as oportunidades que surjam para a podermos valorizar e revitalizar”.Organizado pela OFA – Organização Florestal Atlantis, o seminário “Juntos, fazemos [a] floresta” debateu “Caminhos para a floresta do futuro”, com intervenções de Sofia Knapic, Carlos Neto, Rui Xavier, José Gaspar, António Nora e Jorge Sousa, e contou com uma mesa-redonda, na qual participaram João Lé, Tiago Almeida, Pedro Serra Ramos e Fernando Oliveira Batista.