Embora não existam elementos que nos conduzam a uma data certa da fundação de Cantanhede, há alguns importantes achados arqueológicos que dão conta da presença humana no território pelo menos no Paleolítico Médio, cujo terminus ocorre por volta de 30.000 a 28.000 a.C.. Durante este período, o Homem de Neanderthal ocupou esta região e foi responsável pelos inúmeros artefactos em sílex encontrados em diversas estações arqueológicas de freguesias como Ançã, Outil e Portunhos. Esses achados, recolhidos ao longo de anos pelo arqueólogo Carlos Cruz, estão hoje em exposição no Museu da Pedra e compilados na Carta Arqueológica do Concelho de Cantanhede, recentemente editada pelo Município de Cantanhede. Estação arqueológica de Portunhos, arqueólogo Carlos Cruz. Pedreiras de Calcário A extração de calcário das importantes jazidas que se estendem a sul do Concelho (Ançã, Portunhos, Outil e Vila Nova) e as atividades que sempre lhe estiveram associadas têm produzido marcas da natureza antropológica, cultural e artística cujo valor patrimonial importa perpetuar. Genericamente denominados "Pedra de Ançã", os calcários de Cantanhede constituem, há muitos séculos, fator importante de desenvolvimento económico, permitindo o incremento da atividade escultórica que tornou Cantanhede e a sua região, neste domínio, um dos mais importantes centros do país.